Regula #6 - Preocupações produtivas x preocupações improdutivas
Preocupações são como nuvens: algumas trazem tempestade, outras só fazem sombra.
🎧Escrevi ouvindo “Snowflake”, de Trentemøller.
Durante muito tempo, achei que me preocupar era uma vantagem; um sinal de responsabilidade, de preparo, de lucidez. Aos poucos percebi que muitas das minhas preocupações eram só roteiros mentais sobre tragédias que nunca aconteceriam.
Se você também vive com a sensação de que sua mente está sempre ocupada, como uma central de alarme tentando prever cada incêndio antes que ele comece, talvez esteja na hora de fazer uma pausa e perguntar:
Essa preocupação está me ajudando a agir ou só está me deixando mais ansioso?
Esse é o primeiro passo para lidar com a ansiedade excessiva: distinguir o que é uma preocupação produtiva do que é uma preocupação improdutiva.
☁️ Preocupações produtivas
São aquelas que:
Apontam para um problema real, atual e específico.
Envolvem algo que está sob o seu controle.
Levam a um plano de ação concreto.
Exemplo
“Tenho uma apresentação importante amanhã. Preciso revisar os slides, ajustar o tempo e treinar uma vez antes de dormir.”
Esse tipo de preocupação te prepara.
Ela age como um alarme útil: soa, você resolve o problema e o alarme silencia.
🌪️ Preocupações improdutivas
São aquelas que:
Giram em torno de cenários vagos, hipotéticos ou distantes (“e se...?”).
Focam no que não está sob seu controle (reações dos outros, futuro incerto, eventos passados).
Não levam a nenhuma ação concreta — só drenam sua energia e aumentam sua ansiedade.
Exemplo
“E se eu travar durante a apresentação? E se rirem de mim? E se perceberem que eu não sou bom o bastante?”
Essas preocupações parecem produtivas, mas são um disfarce da ansiedade.
Elas te mantêm mentalmente ocupado, mas não te colocam em movimento.
São como esteiras de academia: você anda, anda, anda… e não sai do lugar. É só uma analogia; não uma desculpa pra você pular o cardio.
🧭 Como saber a diferença?
Sempre que uma preocupação surgir, pergunte-se:
Isso é um problema real, atual e específico?
Eu posso fazer algo a respeito - hoje, agora?
Existe uma ação clara que posso tomar?
Se a resposta for “não” para qualquer uma delas, você está diante de uma preocupação improdutiva; e o desafio aí não é resolver, mas voltar para o presente.
🌱 O antídoto
A mente trata possibilidade como probabilidade.
Mas você pode treinar um novo padrão de resposta:
Reconheça a preocupação.
Classifique: produtiva ou improdutiva?
Se for produtiva: aja.
Se for improdutiva: diga a si mesmo, com gentileza:
“Isso não precisa de espaço agora.”
E traga sua atenção de volta para o presente:
O que você está vendo logo na sua frente?
O que você está ouvindo?
O que está sentindo na sua pele?
Que cheiro está sentindo?
Que gosto está sentindo?
🧶 Para refletir
A., um paciente de 32 anos que acompanhei1,
costumava se preocupar todos os domingos à noite. Ele pensava em tudo que podia dar errado na semana, mas não organizava a agenda, não escrevia prioridades. Só se sentia exausto.
Quando aprendeu a distinguir o que era preocupação útil daquilo que era só ruído mental, começou a se sentir melhor.
Ele não parou de se preocupar.
Mas aprendeu a se manter no presente apesar dos pensamentos insistentes que vinham à sua mente.
Nem sempre conseguimos parar de nos preocupar.
Mas podemos escolher o que fazer com isso.
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Sinais de preocupação improdutiva:
Qestões sem resposta.
Cadeia de acontecimentos (isso, então, aquilo, então…)
Rejeitar solução por não ser perfeita.
Pensar que deve preocupar-se até sentir-se menos ansioso.
Pensar que deve preocupar-se até controlar tudo.
Sinais de preocupação produtiva
Existe uma questão e ela tem resposta.
Único acontecimento - não uma reação em cadeia.
Estar preparado para aceitar soluções imperfeitas.
Não usar a ansiedade como guia.
Reconhecer o que se pode controlar e o que não se pode.
Valter Machado
📍-27.597, -48.523
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Como você deve imaginar, nunca tive (nem tenho) uma “paciente A de 32 anos”, mas esse é um bom recurso para prender a sua atenção.
qp;rl = que preguiça; resume logo